Teletrabajo
Mario Alfaro López Leader of Unified Communications

Teletrabalho: que necessitam os colaboradores e as empresas para o tornar eficiente?

Não sei quanto a si, mas estou a ficar cansado de ouvir falar da nova era do teletrabalho e da tendência para esta forma de trabalho após a pandemia. Tendemos a precipitarmo-nos para novos termos e classificações quando descobrimos algo que parece benéfico. Contudo, este ímpeto para nomear leva-nos a limitar o âmbito dos objetivos e a não utilizar uma visão mais periférica e global.

O mundo em geral e a vida profissional em particular é muito mais ampla do que um conjunto de termos que parecem encaminhar-nos numa forma específica de fazer as coisas. Dada a diversidade de sectores, de profissionais, de perfis de pessoas e mesmo de situações temporárias ou pessoais, devemos deixar de limitar a nossa forma de trabalhar a procedimentos fechados. A revolução industrial já se passou há muito tempo, mas parece que resistimos a mudar certas práticas próprias da época.

O que proponho primeiro é deixarmos de falar de “trabalho” ou “trabalhadores” com qualquer sufixo, prefixo ou adjetivo que nos venha à cabeça. Estamos a falar de pessoas com ambições profissionais de enriquecimento vital que querem participar em projetos de vida e cujo meio laboral representa uma parte importante nesses projetos. Se queremos que as empresas desenvolvam todo o seu potencial, elas devem alimentar estas capacidades dos seus profissionais, assegurando que o ambiente de trabalho favoreça o desenvolvimento de todo o potencial das pessoas.

Falemos de profissionais e não de trabalhadores

Uma vez de acordo em optar por falar de profissionais ou profissões, começa-se a clarificar o caminho para a mudança de filosofia. O próprio termo “profissional” denota uma capacidade e uma responsabilidade implícita, que obviamente tem que se mostrar, mas que deve permitir a que as ferramentas da empresa se foquem no desenvolvimento das capacidades dos profissionais e não na supervisão das suas tarefas.

Está provado e documentado que a maior percentagem do conhecimento e experiência reside nas pessoas, não em sistemas ou bases de dados. Sendo assim, porquê gastar uma percentagem excessiva do tempo dos nossos profissionais em tarefas que não acrescentam valor e que podem ser automatizadas? Porquê complicar a forma como os nossos profissionais colaboram e partilham conhecimentos, estabelecendo formas de trabalho estanques? Porquê estabelecer objetivos baseados apenas em modelos do século passado como horas trabalhadas, independentemente do valor dessas horas?

Orientemos a tecnologia, não nos esquecendo que deve ser um aliado e não um opressor, no sentido de estabelecer um ambiente de trabalho aberto, flexível e motivador.

Falemos de ambiente profissional!

Tecnologia ao serviço do ambiente profissional

Se abordamos as ferramentas tecnológicas como facilitadores ou catalisadores quando se cria um ambiente profissional propício, devemos fazê-lo de forma global, sem nos focarmos em cenários ou situações concretas.

Em cada sector iremos precisar de soluções diferentes, mas há que abordá-lo com a mesma filosofia: o que necessito para desenvolver a minha profissão, independentemente da minha situação pessoal, física ou circunstancial?

E, no momento de responder a esta pergunta, construiremos a pirâmide de necessidades ao contrário, começando pela pessoa ou pelo profissional como indivíduo.

Vejamos um exemplo:

  • Para a minha profissão preciso de comunicar com clientes e/ou colegas em tempo real?
  • Para a minha profissão preciso de organizar reuniões onde possa partilhar dados e mostrar informações ou interagir visualmente?
  • Para a minha profissão preciso de utilizar aplicações corporativas que facilitem as minhas tarefas?

Podemos discutir eestudar a melhor solução(que não é um objetivo agora), no entanto é claro para todos que este profissional necessita de ferramentas de comunicação unificada e dispositivos capazes de fornecer este tipo de comunicações. E aqui surge a mudança conceptual, que deve ser capaz de as utilizar em qualquer lugar ou em qualquer altura, porque são ferramentas pessoais para o seu âmbito profissional.

Com esta conceção do fornecimento de ferramentas no ambiente profissional, desaparecem conceitos como teletrabalho, posto de trabalho ou mobilidade como requisitos específicos.

A empresa pode elaborar o plano de expansão ou desenvolvimento de acordo com outras necessidades, uma vez cobertas as necessidades operacionais básicas. Se disponibilizar salas de reuniões físicas, será como uma melhoria e não como uma necessidade operacional. Se disponibilizar postos de trabalho, será como um posicionamento empresarial e não como uma necessidade operacional real. Isto aplica-se a qualquer camada adicional, que deve seguir a premissa de acrescentar melhorias circunstanciais ou de imagem, mas não necessárias para a operação no âmbito profissional.

Desenvolvimento tecnológico orientado para a Produtividade

Utilizando a metodologia da “pirâmide invertida”, baseada nos profissionais, o objetivo que deve permanecer sempre como guia é a obtenção do maior nível de produtividade possível para a empresa. Para tal, é necessário ter bem estipulados os objetivos da empresa e traçar um rumo para os alcançar fazendo o melhor uso das capacidades dos seus profissionais.

Se a empresa tiver resolvido o ambiente profissional das pessoas, pode construir o seu caminho otimizado e estudar a produtividade desde o início. O que em outros cenários é um quebra-cabeças, aqui torna-se uma decisão operacional “simples”. Estas perguntas respondem-se a si próprias:

  • Tenho alguma vantagem operacional ao fazer com que os profissionais se desloquem a um local de trabalho físico?
  • Preciso de reunir os meus profissionais num único local para um controlo presencial que me garanta a execução das suas atividades?
  • Necessito de um acesso físico específico para os meus profissionais na hora de usar as aplicações empresariais?
  • A gestão de horários de serviço para as minhas operações requer uma presença física e, portanto, turnos de pessoal específico (carregadores, segurança, logística, etc.)?
  • O desempenho dos profissionais depende das horas de trabalho ou do tempo efetivo?

Só temos de utilizar as ferramentas necessárias para garantir os objetivos de produtividade, sem nos preocuparmos com a sua utilização em relação ao âmbito profissional. Um profissional motivado vale mais que um planeamento rigoroso de tarefas e horários.

Vamos equiparmo-nos com um conjunto de Comunicações Unificadas completo para cobrir as necessidades de comunicação, capacitar ferramentas Cloud de forma a garantir o acesso às aplicações corporativas, garantir a gestão da disponibilidade dos profissionais usando funcionalidades de Controlo de Presença efetiva ou dispor de sistemas que automatizem processos sem valor acrescentado através do uso de IA ou BOT.

Conclusões

Criemos um conceito novo de ambiente profissional global como parte intrínseca das pessoas, uma vez que pertence ao projeto de vida de cada um. Se construirmos as empresas e os negócios em redor das pessoas e das suas capacidades, o resultado será mais rentável e estimulante para todos. A tecnologia do teletrabalho está desenhada para ser adaptada aos trabalhadores.