Gobierno IT
Virginia Pérez Hernández Project Manager

O Governo TI: a era dos dados

Hoje mais do que nunca, encontramo-nos imersos numa nova era. A pandemia que estamos a viver outorgou ainda mais importância, se possível, à Digitalização dando maior relevância à área de Tecnologias da Informação (TI), mesmo que por vezes seja difícil ver a sua importância dentro de uma organização.

A inovação contínua em TI é um veículo que oferece a possibilidade de alcançar uma vantagem competitiva, facilitando e desencadeando a integração de diferentes ambientes, que até agora têm permanecido isolados uns dos outros:

  • Ambiente pessoal e empresarial: integrando ambientes pessoais e profissionais, ampliando a conectividade através da omnipresença e da mobilidade. Por exemplo, através de modelos 100% trabalho à distância ou de modelos híbridos.
  • Mundo físico e mundo digital: integrados através de novos modelos híbridos, por exemplo, a oferta de comércio eletrónico com entrega e teste em loja física.

Recentemente, sofremos uma mudança de paradigma, a acessibilidade e o tratamento da informação. Esta mudança de paradigma afeta tanto as empresas como as pessoas e, por vezes, impulsionada por fatores externos como a pandemia provocada pela COVID-19, está a causar uma mudança disruptiva na forma de trabalhar, o que exigirá um processo de adaptação tanto a nível material como cultural.

A informação num ativo indispensável para a elaboração de estratégias empresariais por parte dos órgãos de Governo Corporativo

Por outro lado, a constante evolução da tecnologia, o aumento da capacidade de processamento da informação e a mudança contínua na forma como a informação é extraída e analisada, tornaram a informação num ativo indispensável para a elaboração de estratégias empresariais por parte dos órgãos de Governo Corporativo. Podemos dizer que nos encontramos na “Era dos dados”, pelo que o Governo das TI assume uma importância vital, assegurando que os processos de negócio e os processos das tecnologias de informação e comunicação funcionam em conjunto.

Governo Corporativo e Governo TI

O Governo Corporativo é o sistema pelo qual as sociedades e as empresas são geridas, administradas e controladas relativamente às relações profissionais entre os acionistas, o Conselho de Administração, a Direção e as auditorias independentes, a fim de aumentar o valor da empresa, facilitar o acesso ao capital e garantir a longevidade da empresa.

Como referimos anteriormente, no cenário atual de crescente Digitalização e exploração da informação, o Governo TI é uma parte importante e um grande aliado no governo corporativo, com um papel proeminente no desenvolvimento de estratégias e na definição dos objetivos das organizações.

É uma combinação estruturada de um conjunto de modelos de gestão, responsabilidade, competências e capacidades que é partilhada e assumida dentro das empresas pelos executivos, gestores, técnicos e utilizadores TI. Estes têm o objetivo de controlar eficazmente os processos, garantir a segurança da informação, otimizar o uso de recursos e dar suporte na tomada de decisões de forma a estar alinhada com a visão, missão e objetivos estratégicos da organização.

Mas, como pode o Governo TI contribuir para a materialização dos benefícios do Negócio? Na resposta a esta pergunta devemos considerar os seguintes aspetos:

  • Alinhamento estratégico: o governo IT garante que tanto os processos de negócio como os de tecnologia da informação trabalhem em conjunto.
  • Entrega de valor: benefício chave do governo TI, garantindo que o setor da tecnologia da informação seja tão eficiente e eficaz quanto possível.
  • Gestão de risco: o governo TI permite que a empresa visualize e tenha uma ampla compreensão dos possíveis riscos para o negócio e forneça formas de os minimizar.
  • Gestão da capacidade: neste caso, o papel do governo TI é garantir que a gestão dos recursos humanos e tecnológicos da empresa seja o mais otimizada possível.
  • Medição do desempenho: mediante a utilização de indicadores (que vão muito para além dos critérios financeiros, por exemplo, a medição de serviços TI), o Governo TI garante a medição e a avaliação dos objetivos de negócio.

Desenho e implementação do Governo TI da empresa

Na Izertis contamos com a experiência necessária para apoiar os nossos clientes na implementação de modelos de Governo TI. Com base no framework COBIT, na Izertis desenvolvemos uma metodologia de desenho e implementação de Departamentos de Governo TI que ajudam a obter o valor ótimo dos recursos TI mantendo um equilíbrio entre a obtenção de benefícios, a utilização de recursos e os níveis de risco assumidos.

Segundo a nossa experiência na implementação destes modelos, destacamos 4 aspetos-chave no desenho de governo:

Na Izertis, também estabelecemos um roadmap de implementação do departamento de Governo em 7 fases, resumidas na figura seguinte:

Neste modelo de implementação, as duas últimas fases são particularmente relevantes, uma vez que permitem avaliar a consecução dos objetivos inicialmente estabelecidos e a identificação de novos requisitos, fechando um ciclo que promove a melhoria contínua e garante a evolução do departamento. Desta forma:

  • Durante a fase 6 – Obter benefícios; avalia-se se os objetivos previamente definidos foram alcançados. Centra-se tanto na transição escalável das práticas de governo e gestão como na monitorização das melhorias utilizando métricas de desempenho e benefícios esperados.
  • Na fase 7Rever a eficácia; identificam-se outros requisitos de governo e gestão, e reforça-se a necessidade de uma melhoria contínua. Além disso, são priorizadas as oportunidades para melhorar o modelo de governo.

Na Izertis há anos que temos vindo a promover os benefícios do bom Governo TI, uma vez que, através do apoio desse Governo ao Governo Corporativo, podemos fazer evoluir qualquer organização para a tornar dinâmica e adaptável a um ambiente em constante mudança, incutindo uma necessidade constante de melhoria na sua cultura, para uma melhor definição e realização dos seus objetivos e estratégias.

Artigo co-escrito por Virginia Pérez e Antonio Luque.